Capital, Março de 14

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Não tenho recebido noticias tuas. Não te sei. Tão pouco se das minhas recebes o gesto que deito na mão embrulhada neste papel e em que desenho oblíquo saudades rebuscadas no mais infimo tique que me deixaste. Sabes, por aqui a Primavera já me canta, a macieira que plantaste e que mirrada se manteve tanto tempo explodiu numa felicidade em flor, cores de açúcar, um quase adoçar da tua ausência, talvez tenha esperado que te fosses para depois se exibir.


Não sei de ti já to disse, e volto a este emaranhado de ideias sem assento nem pontuação onde não sei onde parar para respirar nem marcar a traço ponteado a exclamação interrogada onde pudesse, quem sabe, gritar por ti.


Como não te sei não mando beijos. Talvez se perdessem em lábios famintos.

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(Março/2008)

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